Marcinho VP quem é o traficante
https://youtu.be/HglpvIu5nWQ
Há algumas semanas, Marcio Amaro de Oliveira, o Marcinho VP,
enviou, de sua cela no presídio de Bangu I, no Rio de Janeiro, uma carta à
Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa.
No texto, o ex-traficante exige o direito de estudar
enquanto estiver sob a tutela do Estado. É a primeira vez que um detento faz um
pedido desses na penitenciária de segurança máxima que fica na zona oeste do
Rio. "O pedido do Marcio está causando uma mobilização na
secretaria", diz Vanda Ferreira, subsecretária de Direitos Humanos e
Sistema Penitenciário.
Marcinho VP é um criminoso. Mas está longe de ser um bandido
comum. Aos 31 anos, ele surpreende pela inteligência com que se expressa – um
discurso caótico mas sempre fascinante, que vai de Sócrates a Darcy Ribeiro num
tiro, raspando em Karl Marx e Paulo Coelho.
O alvo é sempre a desigualdade social brasileira, causa da
miséria, do crime e da violência no país. Os pais de VP vieram da Paraíba na
década de 60 e se instalaram no Chapéu Mangueira, no morro do Leme, Rio.
Separaram-se e a mãe, Josefa Amaro, a Dona Nininha, mudou-se para o morro de
Santa Marta, onde VP e suas duas irmãs nasceram.
Durante a adolescência, o menino ficava em casa tomando
conta delas, enquanto Dona Nininha trabalhava como servente. Era ele quem
levava as duas na creche, lavava as roupas, passava e fazia a comida. Marcio
não chegou a completar o ensino fundamental.
Sua mãe conta que ele começou a se envolver com o tráfico
aos 16 anos. Ganhou a confiança do Comando Vermelho até herdar de Pedro Gilson
de Araújo, o "Pedrinho da Prata", o comando do Santa Marta. Marcinho
VP [“Viado Puto”, segundo conta, o apelido que ganhou por ser fominha no
futebol] é pai de três filhos, um de 15, um de 8 e outro de 6 anos – cada um de
uma mãe diferente.
#OSCRIMESMAISBÁRBAROS
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